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A Condição Humana Vita Activa
“Do ponto de vista da contemplação, não importa o que perturba a necessária quietude; o que importa é que ela seja perturbada” Arendt (2005).
Dentre os filósofos contemporâneos destaca-se o pensamento de Hannah
Arendt (1906 – 1975), que como ninguém nos últimos tempos descreveu tão bem sobre o homem e sua condição no mundo.
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Sua obra A Condição Humana publicada em 1958, é considerada como a mais ambiciosa entre tantas outras, por considerar a ação como uma atividade dotada do poder de revelação. E é justamente essa nova compreensão que vem encontrando acolhida no debate das ciências sociais e humanas.
O livro A Condição Humana é composto por seis capítulos e um prólogo.
Logo no seu início a autora escreve: “O que proponho nas páginas que se seguem é uma reconsideração da condição humana à luz de nossas mais novas experiências e nossos temores mais recentes” (2005), não há dúvida que o esforço compreensivo de Arendt voltou-se para o totalitarismo (nazista e stanilista) que a levou a partir da Grécia Antiga até aos tempos atuais a abordar as questões humanas, passando pela degradação e a banalização que essas questões sofreram no decorrer do tempo e suas conseqüências para a vida do homem moderno, que ela considera alienado.
E sua intenção, portanto ao escrever esta obra é a possibilidade de lidar com os acontecimentos traumáticos da época, propor realizar um exercício de compreensão a fim de rever a falência da autoridade política vivenciada naquele momento numa reconsideração crítica do passado, para permitir problematizar a contemporaneidade. 51
No capítulo quinto de A Condição Humana, Hannah Arendt discute a pluralidade humana como condição básica para a ação e o discurso. Cita também que ser diferente não equivale a ser outro. Nesse momento a autora fala da categoria alteridade. Alteridade é a concepção que parte do pressuposto básico