Artigo
As relações entre os diferentes povos dependem do grau em que cada um deles desenvolveu as suas forças produtivas, da divisão do trabalho e do intercâmbio interno e externo. Estes contactos intensificaram-se com as trocas indispensáveis, originaram um processo de aculturação em larga escala com significativas alterações nos procedimentos tecnológicos e nas estruturas económicas e sociais. A influência recíproca e a interpenetração aumentaram nas áreas de contacto entre as várias comunidades étnicas, tendo a coexistência desses grupos no seio dum agregado único levado ao desaparecimento de muitas diferenças.
Estas relações multilaterais, que ao princípio se desenrolavam dentro de regiões isoladas, fertilizaram a imaginação humana, favoreceram a difusão de novas ideias e culturas adaptadas por cada povo segundo os seus próprios modos de vida. Tais relações podiam ter uma origem pacífica ou conflituosa.
As relações sociais pacíficas tornaram possível o aumento gradual do comércio entre povos com culturas e governos diferentes. Eram, porém, difíceis de se estabilizarem e manterem sem o estabelecimento de regras ou acordos recíprocos, por vezes firmados por meio de contratos escritos. Algumas sociedades caracterizaram-se pela sua natureza cosmopolita. A coexistência tornou-se um facto de vida amplamente aceite e deu resultados compensadores através do intercâmbio que criou.
Sempre que os povos africanos receberam influências do exterior, o que aconteceu em muitos lugares e em muitas épocas, o processo de assimilação, técnicas, costumes ou crenças, fez-se sempre por adaptação, através do ambiente e das circunstâncias locais, modificando de facto as sociedades, civilizações e culturas, mas estas mantiveram sempre as suas características específicas e integralmente africanas.