Artigo - O feio como protagonista da imagem
O que é feio é uma questão de opinião, mais do que de pura estética, que jamais poderá ter uma resposta única e absoluta. Afinal, a feiura não possui regras, nem carrega consigo expectativas. A pessoa deve estar dentro de rígidos padrões para ser belo, mas para ser feio não existem tantas regras. Justamente ao contrário, o grotesco é quase uma forma de liberdade, é muito mais simples.
O que uma pessoa considera feio pode mudar não só de acordo com seu gosto, mas também pela circunstância em que a pessoa está e pelas experiências passadas que teve. O ditado popular já diz: o amor é cego, portanto, quando amamos algo, não nos importamos com sua aparência. Assim, podemos ver que o feio também não tem tanta força diante dos sentimentos.
A fotografia, por ser uma imagem estática, permite uma análise muito grande de seus detalhes. Nela, o que nos é estranho raramente passa despercebido e é difícil desviar o olhar. De alguma forma o grotesco nos atrai e não conseguimos deixar de encarar, e uma foto é a oportunidade perfeita para isso.
O que sentimos pelo feio é algo curioso. Ao mesmo tempo em que nos repele, também nos chama. Queremos nos afastar, mas a vontade de olhar pode ser forte demais. É um sentimento ambíguo e raro.
Talvez, o que nos atraia em tudo que é esteticamente feio seja o fato de que ele mostra características comuns a todas as pessoas. Ou seja, aquela feiura tão explícita, escancarada na forma física, nos lembra de que todos temos algo que não é bonito em nosso ser. Que mesmo quando se é considerado belo, pelos padrões convencionais, há algum defeito escondido pela superfície agradável. O grotesco nos lembra de que nada é perfeito, e assim, ele incomoda.
Portanto, além de opinião, o feio também traz uma questão de nosso inconsciente. E isso explica seu uso não apenas na fotografia, como em todos os tipos de mídia. O estranho pode ser usado como uma crítica, uma forma de alerta ao que as