ARTIGO Obesidade
A epidemiologia nutricional é a base científica em que a nutrição se apóia para explicar a ocorrência e a distribuição de doenças e sua relação com a dieta numa dada população; considerando para isso, o sexo, idade, etnia, estilo de vida e condições sócio-econômicas do individuo. Dentro deste contexto, destaca-se a obesidade, doença que afeta fisiologicamente e socialmente o ser humano e cuja prevalência vem aumentando rapidamente nas últimas décadas, tanto em países desenvolvidos e em desenvolvimento (Najas et al, 1992; Fontaine et al, 2000; O´Loughlin et al, 1998). A obesidade é definida como o acumulo excessivo de gordura que traz prejuízos à saúde do individuo (WHO, 1997; Consenso latino americano de obesidade, 1999) e é provavelmente a doença metabólica mais antiga da humanidade (Francischi et al, 2000). Desde os tempos remotos que a obesidade é encontrada na sociedade humana. Pinturas e esculturas da idade da pedra, porcelanas chinesas, múmias egípcias, esculturas gregas e romanas retratam a obesidade em outras épocas (REPPETO, 1997). Se fizermos uma viagem em livros que registram a historia da humanidade, encontraremos relatos sobre a obesidade em diversas civilizações, abrangendo os transtornos sociais causados por ela, sua relação com a mortalidade, os tipos de obesidade e as formas de tratamento que já se baseavam na dieta, atividade física e drogas. A partir da segunda metade do século XX, o estudo da obesidade tomou grande impulso. Já na década de 60 aparecem os primeiros grandes estudos de prevalência da obesidade. Em populações adultas e idosas, o Índice de Massa Corporal (IMC), calculado através da divisão do peso em Kg pela altura em metros, é a medida mais utilizada para se calcular a prevalência da obesidade ( Marchini et al, 1992; BRAY, 1992; Sgavioli, 1993; MONTEIRO, 1997; SICHIERI, 1998; FOREY et al 1997). O uso desta medida se baseia na sua alta correlação com a gordura corporal (FRISANCHO, 1982.,