Em 1968, a economia brasileira começou uma fase de crescimento que durou até 1973. Nessa fase, o PIB cresceu a uma taxa média de 11% ao ano, liderado pelo setor de bens de consumo durável e pelo de bens de capital. O crescimento desse período retomou e complementou o processo de difusão da produção e consumo de bens duráveis, iniciado no Plano de Metas. No que diz respeito ao trade-off entre crescimento e equilíbrio externo, houveram uma série de condições favoráveis como: (1) liquidez a juros baixos no mercado externo; (2) a posição favorável dos termos de troca; (3) a expansão do comércio mundial. O tabelamento de juros era uma prática comum nos anos 60 e 70. Nos EUA, tal prática promovia uma ampliação da liquidez doméstica e estimulava a economia, que passava a registrar déficits comerciais crescentes. Ocorreu ainda uma expansão do comércio mundial e o acumulo de reservas nos países superavitários. Esses recursos deram origem a depósitos de dólares mantidos em bancos fora dos EUA. Parte desses recursos acabou indo para países em desenvolvimento, especialmente para os aliados americanos, que era o caso do Brasil a época. Assim, os investimentos externos diretos e os empréstimos em moeda cresceram muito no período. Esses recursos foram os grandes responsáveis pelo milagre brasileiro. O comércio internacional também cresceu muito no período, a taxas acumuladas de 275% e 330%. O crescimento das exportações foi liderado pelos bens manufaturados e pelo aumento do volume físico, embora a contribuição do preço das mercadorias exportadas pelo Brasil também tenha sido significativa. Já a expansão das importações teve um maior crescimento dos volumes que dos preços. Devido a dependência externa do país por bens de capital e insumos, ocorreu uma pressão a importação desses itens, além de um estímulo a importação de bens já produzidos no Brasil, devido a valorização real do cambio. Mas mesmo com isso, a balança comercial foi equilibrada no período de 68-73, mas