Artigo Mercosul 2007 a 2010
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Brasil e Argentina no Mercosul: uma análise da participação entre 2007 e 2010
Brazil and Argentina in MERCOSUR: an analysis of the period from 2007 to 2010
Luiz Augusto Estrella Faria*
Carolina Rigotti Coutinho**
Meridiano 47 vol. 12, n. 125, mai.-jun. 2011 [p. 18 a 24]
“Não se pode saltar sobre um abismo com dois pulos pequenos”
David Lloyd George
1. Introdução
As relações do Brasil com o continente sul-americano são de profunda relevância desde a época em que o
Brasil era uma colônia portuguesa. Os assuntos do Prata sempre fizeram parte da pauta de relações exteriores do país. E as relações com a Argentina permeiam toda a história brasileira.
Dentre todas as idas e vindas nessas relações, certamente o ponto de maior convergência, conforme demonstra Candeas (2010), é o período a partir da década de 1980, em que começa a aproximação que viria a culminar no Tratado de Assunção, em 1991, criando o MERCOSUL juntamente com Paraguai e Uruguai. E a análise do
MERCOSUL, que este ano completa 20 anos, é de grande relevância, tendo em vista o destaque que a diplomacia brasileira tem dado para as relações com a região.
Conforme Albuquerque (2002, p.22), deve-se considerar a complexidade da interdependência do Brasil com seus vizinhos do Cone Sul, principalmente a Argentina, destacando que as relações internacionais brasileiras começaram com eles, mesmo antes da independência do país. Assim, o “MERCOSUL faz parte do nosso destino”.
Brasil e Argentina foram sem dúvida a base da integração no âmbito do MERCOSUL, com uma aproximação que inicia no final do governo militar com o acordo nuclear da década de 1980, seguida da declaração de Iguaçu em
1985, que acordava o compromisso com o aprofundamento das relações econômicas e comerciais, sendo em 1986 assinado o Programa de Integração e Cooperação Econômica (PICE). Por fim, em 1988 foi assinado o Tratado de
Integração,