Artigo espinheira santa
O Conhecimento Popular Associado ao Uso da
Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia e M. aquifolium)
Márcio Paim Mariot1 e Rosa Lía Barbieri2
Introdução
As espécies popularmente conhecidas como espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. e M. aquifolium Mart.) são plantas medicinais nativas do
Brasil, pertencentes à família Celastraceae [1]. São chamadas espinheira-santa, por apresentarem folhas com margens espinescentes, associadas ao efeito terapêutico.
As
propriedades medicinais, cientificamente comprovadas, são relacionadas com problemas de gastrite e úlcera gástrica [2]. Entretanto, o conhecimento popular sobre a espinheira-santa indica sua eficiência para várias outras enfermidades, conforme descrito por
Scheffer [5] em uma revisão sobre o uso tradicional de
M. ilicifolia e M. aquifolium. De acordo com CarvalhoOkano & Leitão-Filho [1], M. ilicifolia ocorre nos
Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul; também é distribuída no Paraguai,
Bolívia e leste da Argentina. Já M. aquifolium ocorre em
Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul [1].
O alto valor medicinal da espinheira-santa tem levado a uma intensa ação antrópica nas populações naturais, acarretando, pelo extrativismo predatório, a erosão genética da espécie. Ela foi considerada, portanto, como prioritária para conservação [7].
O conhecimento etnobotânico é fundamental quando envolve plantas medicinais, pois o conhecimento tradicional é considerado a base para seleção de plantas para análise em laboratório [3]. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo resgatar o conhecimento popular sobre o uso da espinheira-santa durante as atividades de coleta de germoplasma para compor o
Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de espinheirasanta da Embrapa Clima Temperado.
Material e métodos
Os locais de coleta – no Rio Grande do Sul – de germoplasma de espinheira-santa e de