Artigo dismorfia muscular
Uma das facetas que tem caracterizado a sociedade de consumo contemporânea é a crescente importância atribuída à aparência corporal. Nas últimas décadas, o corpo tornou-se alvo de uma atenção redobrada com a proliferação de técnicas de cuidado e gerenciamento dos corpos, tais como dietas, musculação e cirurgias estéticas. (IRIART, 2009)
A Dismofia muscular é uma síndrome psiquiátrica que acomete indivíduos de ambos os sexos, porém na maioria os homens. É caracterizada por uma distorção da imagem corporal, onde o individuo forte e musculoso imagina seu corpo pequeno e franzino. Esse transtorno tende a ser marcado por um elevado grau de sofrimento físico e psíquico. O início da sintomatologia costuma ocorrer na adolescência em geral e tem corso razoavelmente continuo. Os indivíduos com essa síndrome procuram ativamente aumentar a sua massa muscular através de exercícios excessivos e do uso de substancias ergogênicas e dietas hiperproteicas, tais fatos podem acabar coprometendo a visa social e a qualidade de vida (OLIVEIRA et al, 2004; SARDINHA et al, 2008)
Ao longo do tempo o conceito de corpo saudável ou bonito tem sofrido transformações. Até o início do século XX, a mulher era desejada quando tinha o corpo roliço, devido à deposição de gorduras em quadris, coxas, barriga e mamas. Na época pré-industrial, os períodos de carência alimentar eram freqüentes e a mulher de peso excessivo simbolizava uma mulher forte, com energia suficiente para enfrentar esses períodos conturbados e proteger sua família (INAD, 2004; Andrade, Bosi, 2003; Almeida et al., 2005). Ao longo do século XX e, sobretudo, a partir da década de 1960, esse ideário vem se modificando: inicia-se a busca pelo corpo magro, atlético e por formas definidas que passam a constituir mesmo objeto de consumo, tendo em vista a oferta de produtos e serviços em um mercado que cresce a cada dia (Ferriani et al., 2005; Oliveira et al., 2003; Andrade, Bosi, 2003; Almeida et al., 2005).
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