Artigo de opinião

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Departamento de serviço social
Leitura e Produção de Textos

João Pessoa – PB
20.04.2012

Baseado na leitura do livro “Preconceito Linguístico – o que é e como se faz”, escreva um artigo de opinião dando uma resposta a Ferreira Gullar.

Os estudos sociolinguísticos, entre outras questões, têm colocado em crise os conceitos da norma culta e suas aplicações e usos no dia-a-dia de um povo tão diverso quanto o brasileiro. Analisam o abismo que separa as normas e a realidade de cada usuário da língua portuguesa, apontando as variações e as necessidades deste. Ferreira Gullar, importante intelectual de nossa cultura, tentando se esconder atrás da máscara daqueles que dizem não saber se estão certos, parece não entender a proposta de respeito às especificidades de cada comunidade de um país tão grande e mestiço e critica aqueles que, segundo ele, agem por “conveniência” ao acertarem o uso de “nós vai”, ao invés de “nós vamos”. Ao levantar a questão, Gullar cai no erro dos que, não entendendo, ou não querendo entender, a proposta da sociolinguística, usam-na como argumento para frear a expansão das conquistas dos movimentos sociais. É como se a sociolinguística aprovasse um “vale-tudo” no uso da língua, sem nenhum critério. Gullar faz eco aos que reforçam a mitologia do preconceito linguístico estudada e desmistificada por Marcos Bagno no livro “Preconceito lingüístico – o que é, como se faz”. Gullar e seus pares esquecem que, na prática, não há uma unidade na língua portuguesa falada no Brasil. Bagno afirma que, a começar pelas leis que garantem a igualdade de todos, mas não são entendidas por todos, a idéia de que o brasileiro não sabe português reforça e esconde as relações de poder que separam aqueles poucos que “sabem Português” – e dizem que ele é muito difícil – dos muitos que “não sabem Português” e falam “tudo