Artigo Cr Tico
Por Luiz Guilherme Sanfins
A jornalista Sandra Annenberg não cabe nos moldes habituais do jornalismo televisivo brasileiro em geral. Sua postura mais descontraída, informal e emocional, em certos casos, acaba fazendo com que ela seja mal vista por alguns intelectuais do jornalismo. Na última segunda-feira (30), a jornalista não conseguiu conter as lágrimas ao noticiar a morte da colega de emissora e repórter Beatriz Thielmann e, em poucos minutos, a imagem de seus olhos vermelhos e sua voz embrulhada tomaram as redes sociais.
Depois de tudo isso muitos se perguntam: até que ponto o jornalista deve se envolver com a notícia? Onde está a objetividade do jornalismo? Pois bem, a objetividade do jornalismo só esta atrelada àquele jornalismo romântico que ainda estipula que as matérias devem ser o espelho da realidade. O jornalismo não tem nada de objetivo, ele sofre interferências da linha editorial do veículo e da própria bagagem cultural e emocional que o jornalista carrega consigo e, muitas vezes, essa bagagem emocional se sobressai, não é Sandra?
É inegável, porém, que momentos como esse de quebra da postura do jornalista marcam e chamam a atenção de espectadores, mas a emoção faz parte de qualquer ser humano, o que inclui o jornalista. Noticiar uma morte, catástrofe ou acidente toca qualquer um e, mesmo assim, em 99.9% dos casos, o jornalista permanece sereno e busca não se envolver, contêm seus sentimentos, indignação, frustração e tudo mais o que nós sentimos de casa quando o ouvimos.
O jornalismo brasileiro, e me arrisco a dizer internacional, passa por uma nova fase. Os jornalistas não ficam mais sentados atrás de uma bancada e só aparecem na hora do jornal. É comum ver selfies, vídeos e imagens dos bastidores horas antes do jornal ir ao ar e isso tem sido um grande sucesso entre o público. O profissional do jornalismo deixou de ser uma pessoa pública para se tornar uma pessoa do público.
Causar empatia e se conectar com o