Artigo contra o tempo
Em apenas 24 horas proteínas comuns no cérebro assumem uma estrutura anômala e se amaranham. Parecem ouriços do mar encaixados entre as células cerebrais, que em resposta incham e se retorcem. Uma semana depois essas placas já têm seu tamanho final, flagrado em pacientes com mal de Alzheimer, a proteína beta amilóide, tem papel central no Alzheimer.
Em busca de desvendar o mistério dessa doença que no mundo gera um novo caso a cada 7 segundos, o grupo do farmacologista Cristoforo Scavone, tem esmiuçado a bioquímica do Alzheimer para detectá-lo, até agora a medicina se limita a retardar a perda de cognição. Elisa Kawamoto se concentra em investigar como a beta amilóide altera a bioquímica das células e acaba por matá-las. Para se comunicar com o interior das células, a beta amilóide em volta dos neurônios envia sinais através os receptores N-metil D-aspartato, os receptores ativam o NF-kB, que migra para o núcleo das células e ali influencia a atividade genética. Descobrir isso foi essencial porque sugere uma forma de bloquear a via de sinalização, uma das possibilidades é o aminoácido taurina que protege os neurônios contra a toxicidade da beta amilóide. Elisa e Scavone verificaram no cerebelo uma atividade dos genes que produzem o fator neurotrófico derivado do cérebro, essa proteína é essencial para a retenção da memória. As descobertas favorecem a idéia de que a perda dessa proteína esteja ligada ao surgimento do Alzheimer. Mas ainda é cedo para comemorar e procurar comprimidos para memória á base de fator neurotrófico derivado do cérebro.Para equilibrar as vias bioquímicas a resposta mais segura parece não estar em medicamentos que alterem a concentração de proteínas, mas na dieta. A restrição calórica, único procedimento que a ciência já provou prolongar a vida de de animais de laboratórios, parecem desligar genes que disparam processos imflamatórios, ela também aumenta os teores do fator nerotrófico. É preciso mudar os