Artigo alzheimer
Doença de Alzheimer. Como amar quem não lembra de nós?
Quando uma família recebe o diagnóstico de Alzheimer em um de seus membros, a primeira reação é sempre a negação, seguindo de perguntas freqüentes como: Tinha que ser comigo? O que faremos agora? Entre essas, outros questionamentos, assim como sentimentos ambivalentes que começam invadir os pensamentos e perturbar sonhos que vinham sendo feitos por aquela família.
Mas a pergunta sugerida é: Como irei continuar amando alguém que aos poucos não lembrará quem sou?
A resposta demagógica que poderia ser dada a esta pergunta é simples, até por que antes de sentir na pele tinha lido muito e pensava que sabia tudo sobre DA, e ao amparar diversas famílias utilizei muito. Ame-o sem condição.
Porém quando iniciam os problemas de comportamento que a doença traz consigo, quando temos que trocar fraldas e nos depararmos com dias ou horas de mudança constante frete à pessoa que tanto amamos, certamente não será tão simples.
Então a resposta que procuro encontrar é: cuide da forma que você gostaria de ser cuidado (a).
Certamente ao longo do processo de perda, sentimentos de culpa afloram e costumo falar aos cuidadores que me procuram que esta doença acontece apenas com famílias iluminadas e que de uma forma ou de outra conseguiram fazer um trabalho de resgate com este idoso ou ente querido que agora sofra deste mal.
Pacientes de Alzheimer sempre trazem consigo uma essência de amor. Fazem-nos rir e chorar, mostrando que a vida tem muito mais para ser vivida, percebemos o quanto somos medíocres muitas vezes nos preocupando com estereótipos, com o que os outros pensaram ou em fim todos os valores que uma sociedade nos impôs. Ter a capacidade de encontrar beleza onde supostamente não existe, é conseguir fazer um resgate de nós mesmos, aprendendo a amabilidade.
Sentimentos de raiva são aceitáveis, afinal não estamos falando de uma doença passageira e sim de uma doença como classifica a medicina, crônica