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Autoria: Leandro Augusto Toigo, Franciele Wrubel, Roberto Carlos Klann
RESUMO: O objetivo desta pesquisa foi analisar a influência da estrutura de governança, dos accruals discricionários e do hedge no valor das empresas no Novo Mercado. A amostra, aleatória e probabilística, é constituída de 88 empresas listadas no nível de governança do
Novo Mercado da BM&FBOVESPA. Os resultados encontrados com a aplicação da correlação de Pearson e da regressão linear múltipla demonstram que os acrruals discricionários (AD), hedge (HD) e algumas características de governança (GC) não apresentaram relação significativa com o valor das empresas. Conclui-se assim que, tais variáveis não são observadas pelo mercado e consequentemente no valor das companhias.
Palavras-chave: Valor da empresa. Governança corporativa. Gerenciamento de resultado.
Hedge.
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1 INTRODUÇÃO
O crescimento das empresas das últimas décadas tem resultado em grandes organizações e culminado na separação entre a propriedade e a gestão. Este ambiente é diferente daquele já observado antes da revolução industrial, quando as empresas possuíam gestão centralizada, exercida principalmente pelos seus proprietários. Neste cenário de grandes empresas, assegurar a harmonia entre os interesses dos gestores e proprietários e ainda garantir que não esbarrem naqueles dos fornecedores, clientes, consumidores e funcionários tornou-se cada vez mais difícil.
Alchian e Demsetz (1972), Ross (1973) e Jensen e Meckling (1976) abordam que as empresas são geridas por relações de contratos, e que existem muitos conflitos de interesses, principalmente no mais alto nível da hierarquia da companhia. Neste sentido, Jensen e
Meckling (1976) relatam a existência de relação de agência entre acionistas e administradores, no qual o último atua com agente do primeiro, sendo remunerado para agir de acordo com os interesses dos proprietários da corporação. Silveira, Barros e