Arte
1. Se a História da Arte, que se pretende transmitir, radica numa interpretação que deverá ter em conta a situação concreta, mas também a inserção global, do objeto artístico, não poderão, pedagógica nem didaticamente ser escamoteadas as referências aos grandes movimentos histórico-culturais onde as manifestações artísticas se inscrevem. O Renascimento não é só um período da História, mas também um movimento da História, que se define sobretudo pela afirmação do elemento pessoal e laical da cultura, entendida não como valor eterno mas mutável e, portanto, histórico. É a descoberta do natural e do humano no próprio terreno da natureza e do homem e o Humanismo a sua consciência cultural. Na descoberta do «clássico» como «idade de ouro» que se distância dos tempos da barbárie, a que se opõem os novos tempos da «luz», radica a consciência da historicidade da cultura e com ela uma nova dimensão do tempo. Senhor da Historia e, portanto, do seu próprio destino, o Homem como Demiurgo tende a criar para si também um novo espaço.
Como ser na Terra pretende construir nela um espaço de sentido novo, humano porque racional.
Ganhando cada vez mais consciência de si próprio, surge historicamente como Prometeu desagrilhoado.
Porque da casa a cidade vai apenas o passo do individual ao coletivo, a arquitetura e o urbanismo serão o resultado da ação prometaica do homem 21. E como a imanência conduz à racionalidade do programa e a racionalidade pressupõe a ideação da comunidade perfeita, esta será por definição a «cidade ideal». Não é pois por acaso que a descoberta do «clássico» o faz entrar na vida e que a Antiguidade Vitrúvio não são citações retóricas mas pontos de referência vivenciais. Nem também por acaso que o Arquiteto é também Humanista e Demiurgo.
E aqui por todos se exemplifica com Leon Baptista Alberti.
Nascido de uma problemática primeiro Fiorentino, italiana depois, o Renascimento, a sua arquitetura e o seu urbanismo encontram eco na