Arte

As artes, quer performativas, quer visuais, fazem parte da nossa humanidade e são elas que nos tornam humanos. Diferentes das ciências, que são previsíveis e governadas pelas leis da natureza, as artes oferecem-nos uma enorme possibilidade de expressarmos os nossos sentimentos e as nossas opiniões.

"My whole life as an artist has been nothing more than a continuous struggle against reaction and the death of art. In the picture I am painting - which I shall call Guernica - I am expressing my horror of the military caste which is now plundering Spain into an ocean of misery and death."

Assim se referia Picasso à obra que viria a ser, como diz o professor José B. Duarte, um expoente fundamental da nossa reflexão sobre a vida. Parece-me que seria este o desejo do artista, despertar nas pessoas que apreciam pintura, o repúdio pela guerra. A obra de arte, para um artista moderno como Picasso, cumpre sempre uma função social. Se observarmos com mais atenção o quadro, deparamo-nos com figuras que expressam aflição, dor, insegurança e sofrimento. Picasso demostra nas suas produções artísticas, expressões do seu mundo pessoal e do mundo onde está inserido. Este texto não tem como pretensão a análise da obra do pintor Pablo Picasso, mas sim sublinhar a importância e a função inalienável das artes visuais nas manifestações de um povo e de uma cultura, cujas expressões são verdadeiros documentos históricos, que em determinados momentos falam por si, e nesses momentos podemos identificar traços de épocas distantes, analisar aspetos políticos, culturais e sociais de períodos conturbados. É o resgate de um tempo e espaço cheio de significados, percebidos coletivamente ou não, pela simples contemplação de uma obra de arte. Assim, e seguindo a linha de pensamento do texto a que se refere esta reflexão, não devemos limitar a educação ao desenvolvimento de capacidades verbais e matemáticas, pois corremos o risco de formar excelentes doutores e matemáticos, mas sem