Arte
INTRODUÇÃO
As obras de arte, desde a Antiguidade até hoje, nem sempre tiveram a mesma função. Ora serviram para contar uma história, ora para rememorar um acontecimento importante, ora para despertar o sentimento religioso ou cívico. Foi no século XX que a obra de arte passou a ser considerada um objeto desvinculado desses interesses não-artísticos, um objeto propiciador de uma experiência estética por seus valores intrínsecos. Dependendo, portanto, do propósito e do tipo de interesse com que alguém se aproxima de uma obra de arte, podemos distinguir três funções principais para a arte: pragmática ou utilitária, naturalista e formalista.
1. FUNÇÃO PRAGMÁTICA OU UTILITÁRIA Dentro desta visão, a arte serve ou é útil para se alcançar um fio não-artístico, isto é, ela não é valorizada por si mesma, mas só como meio de se alcançar uma outra finalidade. Esses fins não-artísticos variam muito no curso da história. Na Idade Média, por exemplo, na medida em que a maior parte da população dos feudos era analfabeta, a arte serviu para ensinar os principais preceitos da religião católica e para relatar as histórias bíblicas. Esta é uma finalidade pedagógica da arte. Na época da Contra-Reforma, a arte barroca foi muito utilizada para emocionar os fiéis, mostrando-lhes a grandeza e a riqueza do reino do céu, numa tentativa de segurá-los dentro da religião católica, ameaçada pela Reforma protestante. Na medida em que os argumentos racionais não conseguiam se manter de pé diante das críticas dos protestantes, a via que restava para a Igreja católica era emocional. Esse é um exemplo da arte sendo usada para finalidades religiosas. No início do século XX, por ocasião da implantação das repúblicas soviéticas, o “realismo socialista” teve por finalidade retratar a melhoria das condições de vida do trabalhador e as principais figuras da revolução socialista como um meio para despertar o sentimento