Arte
Arte. Palavra pequena. Desdobramentos infinitos. Não basta entender. O principal é sentir, deixar que ela te toque de alguma maneira, desperte seus sentidos. A prova disso é quando nos apaixonamos por um quadro logo de cara. Você não sabe nada sobre ele: quem é o artista, a corrente, a história, o tipo de tinta usado, a técnica, se é caro ou barato. Parece amor à primeira vista. Teve química. Não foi preciso perguntar nada. A pintura se revelou para você e vice-versa. É feito casamento. A convivência vai ser diária, toda hora um vai se esbarrar no outro, principalmente se resolver pendurar ele no seu quarto, de frente pra sua cama. Para que essa relação funcione, é necessário que haja cumplicidade, certa troca de segredos. Talvez ele vá te observar mais do que você a ele. Enquanto você estiver dormindo, distraída, ou muito ocupada pra lhe dar atenção. Ele vai estar sempre ali, nos momentos de alegria e de tristeza, na saúde e na doença. Uma pintura amada, um quadro escolhido com o coração, não tem nada que substitui. Se, por ventura do destino, vocês se separem algum dia, pode ter certeza: mesmo que outro seja colocado naquele lugar, você sempre vai olhar e pensar nele, nos momentos que passaram juntos. No quanto ele te libertou, perturbou, intrigou, escutou, te fez crescer!
As Meninas, de Fernanda
Minha experiência pessoal e intransferível com o quadro de Velázquez.
Uma pintura que sempre me comove e intriga, toda vez que paro diante dela, não literalmente, pena. Nunca quis saber da história, só gostava dela e ponto. Tinha medo que ao saber da verdadeira, a que eu criei perdesse a graça. Até o dia que resolvi procurar no Google. Foi revelador e ao mesmo tempo perturbador entender o que se passava por dentro daquela sala. Sempre achei o ambiente meio estranho: aquela menina tão pequena e tão incrivelmente poderosa, cheia de damas de companhia. Confesso, nunca prestei muita atenção no resto da cena. A anã no canto, a outra menina mexendo