Arte na Idade Contemporanea
O historiador italiano Umberto Eco se apaixonou justamente por esse tema e, em um espaço de dois anos, resolveu contar a história desses dois valores tão divinamente humanos.
Quem já parou pra pensar no assunto sabe: o bonito nunca é absoluto ou imutável. Muda com o tempo. E, mesmo em um só tempo, pode ter muitas caras.
“O sorriso da criança”, comenta uma jovem. “Eu gosto das morenas”, diz um carioca. “São as curvas”, aponta outro jovem.
“Uma hora são as pernas. Outra hora são os olhos”, diz uma senhora. “Um sorriso belo, um sorriso generoso”, opina uma carioca. “O olhar pode dizer muita coisa”, comenta uma jovem.
Na volta da coluna “Coisas do gênero”, a repórter e apresentadora do Bom Dia Brasil, Renata Vasconcellos, conta a versão do escritor Umberto Eco sobre o belo e o feio.
O belo: como definir? Seria só aquilo que nos dá prazer em olhar? O gracioso, o sublime, o encantador.
Dois anos depois de ter escrito uma antologia da beleza, ele lança agora, em 27 línguas, “A história da feiúra”. E sabe o que ele disse sobre o novo livro? É infinitamente mais interessante que o da beleza.
“Existe uma relação entre feiúra e erotismo. Uma relação misteriosa, mas existe. A gente costuma achar que o desejo sexual é sempre o desejo da beleza, mas nem sempre. Às vezes, a feiúra contribui ou ela fortalece o nosso desejo”, observa o filósofo Charles Feitosa.
OK, o feio é repelente, repugnante, odioso e espantoso, mas não há quem resista a dar uma olhadinha. Para Umberto Eco, o mesmo escritor de “O nome da rosa”, o feio sempre existiu em cada cultura, ao lado da idéia do belo.
O tempo passa e o feio das deformidades, das sombras, da falta de harmonia vai sendo visto como o curioso, o exótico e o diferente dos dias de hoje.