Arte contemporânea

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A ARTE CONTEMPORÂNEA - I
Diante do esvaziamento emocional de suas obras, para entendermos a Arte
Contemporânea precisamos de boa dose de conhecimento.
As obras e exposições de Arte Contemporânea exigem do público visitante (formado em sua maioria por estudantes) muito mais que a disposição para senti-las. Quem trabalha nos espaços expositivos (galerias, museus, centros culturais etc) costuma ouvir dos visitantes dúvidas e exclamações do tipo: „isto é arte?‟ „Não entendi nada!‟ „Ah!
Até o meu filho pode pintar assim!‟ Isso acontece porque tais obras exigem boa dose de conhecimento da história e da filosofia da arte e uma atitude mais participativa por parte de quem se dispõe a vir apreciá-las, solicitando que se pense junto com os artistas, diante do esvaziamento emocional de suas obras.
As mudanças no campo da arte nesta direção começam na década de 1910 com o ato de protesto dessacralizante contra o caráter 'sagrado' da 'obra de arte' de Duchamp (1887-
1968) e seus ready -mades, e com a vontade de aceitar na esfera da arte qualquer objeto
'finito', produzido industrialmente, desde que seja designado como 'arte' pelo artista.
Realiza-se uma crítica agressiva contra a noção comum de obra de arte, rebelando-se contra a „arte da retina‟, cujos significados eram só impressões visuais para este artista.
A beleza deixa de ser parâmetro para caracterizar a obra de arte: Duchamp não pretendia criar objetos belos ou interessantes. A crítica da obra de arte se estendia,assim, à antítese bom gosto-mau gosto.
A filósofa francesa Anne Cauquelin nos proporciona grande ajuda a este respeito ao escrever um livro introdutório sobre o tema em 1992; diante da complexidade do tema, a autora faz algumas escolhas e recortes e baseia sua construção teórica na história da arte ocidental a partir do final do século XIX, focando no eixo Paris - New York, com o objetivo de caminhar em direção a um entendimento do que vem a ser a arte contemporânea. 2
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