Transferência como fator de sucesso e resistência no tratamento psicanalítico
O presente artigo trata-se do principal instrumento usado no tratamento psicanalítico, a transferência, e esta pode atuar como fator de sucesso e resistência durante o tratamento e que se mal manejada leva ao fracasso. Como exemplo utilizaremos o Caso Clínico Dora em que Freud não conseguiu manejar a transferência adequadamente, levando ao abandono precoce de Dora no tratamento.
Palavras-chaves: Transferência; Tratamento Psicanalítico; Caso Clínico Dora
Com os estágios de intervenção e conseqüentemente com nossa entrada no NEIPP (Núcleo Escola de Intervenção Psicoterápicas e Psicossociais) deparamo-nos com várias perguntas e com muito mais dúvidas se comparamos com os primeiros anos de faculdade. Começamos a lidar mais de perto com o sofrimento, as fraquezas e as limitações humanas e tentamos oferecer nossa escuta para ajudar na elaboração das demandas trazidas pelos sujeitos que procuram os serviços do Núcleo Escola da PUC. Mas colocar a escuta a serviço nos traz dificuldades em como atender a demanda do paciente, pois como o próprio Freud afirmou “todo psicanalista iniciante começa temendo as dificuldades que lhe oferecem a interpretação das associações do paciente e a necessidade de encontrar materiais recalcados”. E acrescenta: “Mas ele logo aprende a atribuir menos importância a essas dificuldades e a convencer-se de qu e os únicos obstáculos verdadeiramente sérios se encontram no manejo da transferência”. (FREUD citado por NASIO. J, 1999 p. 80).
Diante disso e das preocupações que nosso grupo tem demonstrado em relação ao cuidado com paciente oferecendo-lhe uma escuta que propicie sua saúde psíquica, queremos discutir um instrumento usado na abordagem psicanalítica: a transferência, visto que essa, segundo Freud (1912), constitui, para psicanálise como método, o fator mais forte no sentido do sucesso da análise e também o mais poderoso meio de resistência no tratamento.
Ao tecer algumas considerações acerca do tópico da