Art 056
Maria Beatriz de Carvalho Melo Lobo
Eu sou contra cotas por raça nas universidades, não só pelos motivos que normalmente se coloca: de que estamos instalando agora a diferença de raça de forma clara no Brasil.
Em todos os sistemas de cotas, ou políticas afirmativas (no trabalho, por exemplo, como a porcentagem de vagas obrigatórias para portadores de deficiência) a sociedade deve decidir se deve, ou não incentivar minorias, ou gênero, ou grupos, inclusive quais os casos em que pretende reparar injustiças sofridas por determinados grupos que forem considerados socialmente prejudicados, ou que apresentem dificuldades de competitividade por não terem acesso às mesmas oportunidades do restante da população.
Eu não defendo o sistema de cotas nas universidades porque, diferentemente do que ocorre em outras áreas, nas instituições educacionais de alto nível, no caso do
Brasil, principalmente nas universidades públicas, a questão do mérito é fundamental e pressupõe, além da bagagem acadêmica necessária para responder a própria vocação do aluno, uma vez que são os mais vocacionados os que possuem mais chances de se tornarem os profissionais ou cientistas que se pretende formar nestas instituições, estabelecendo-se qual perfil de aluno é mais adequado às necessidades do país, independentemente de cor, credo, sexo, etc.,
A dificuldade de acesso ao ensino superior não se resolverá abrindo algumas vagas, ou cotas, ou mais algumas IES públicas e gratuitas e sim com a adoção, como faz a maioria dos países desenvolvidos, de um amplo programa de financiamento ao estudante carente, mas academicamente capaz.
No ensino superior brasileiro 52% dos alunos são oriundos dos 20% mais ricos na população, enquanto 2,7% são oriundos dos 20% mais pobres. Ou seja, nosso modelo é cruel e inexplicável!
Além disso, as universidades públicas (que ainda são as ilhas de excelência e da produção científica no Brasil e precisam se manter como