Arrighi Giovanni
As décadas de 1970 e 1980 foram altamente produtivas para o campo das Relações Internacionais. O contexto de crise norte-americana, vivenciado pelos analistas, auxiliou no desenvolvimento de estudos sobre hegemonia, liderança, ascensão e queda das grandes potências, formação das estruturas de mercado, entre outros. É neste clima que Arrighi delimita as premissas estruturais do sistema mundial capitalista no longo século XX. Algumas perguntas incitam o autor: (i) quais processos levaram a concentração de capital e o surgimento das estruturas que precederam (formam a base) dos ciclos sistêmicos de acumulação? (ii) de que maneira as dinâmicas no interior destes ciclos possibilitam o desenvolvimento de novos ciclos? (iii) qual a relação entre o Estado e o processo de acumulação e expansão do capital? (iiii) as estruturas do capitalismo norte-americano constituem o limite máximo do processo de expansão e auto-expansão do capital? (iiiii) estaria a história capitalista prestes a terminar?
Através dessas indagações (e muitas outras) podemos perceber que a análise de Arrighi se encontra em um plano estrutural, sendo seu interesse principal desvendar como o capitalismo ergueu-se acima das estruturas da economia mundial de mercado preexistente, e com o decorrer do tempo, adquiriu poder suficiente para moldar os mercados e vidas do mundo inteiro. Neste sentido, utiliza-se da noção de ciclo sistêmico capitalista, que deriva da ideia do capitalismo como a camada superior do mundo dos negócios. Ao centrar-se neste plano metodológico, o livro nos passa informações limitadas sobre as outras camadas de negócios, tais como a economia de mercado e a vida material. Porém, o autor ressalta que o verdadeiro lar do capitalismo encontra-se no topo da hierarquia, e é nesta camada superior que estão os grandes predadores capitalistas, os quais determinam as dinâmicas de concentração de capital.
Arrighi traz para sua análise o