arquitextos 125
arquitextos 125.00: Brasília: utopia que Lúcio Costa inventou | vitruvius
Brasília: utopia que Lúcio Costa inventou
Anna Paula Canez e Hugo Segawa
Lúcio Costa
Foto Hugo Segawa
Qualquer arquiteto pode sonhar uma cidade. Mas quantos sonharam cidades e as viram construídas? Lúcio Costa (19021998) foi um daqueles poucos privilegiados que, em vida, sonhou, desenhou, construiu e viu florescer
“sua” cidade. “Sua” é um modo de dizer. Não obstante a percepção do próprio urbanista sobre o simbolismo maior e coletivo da nova capital, sua famosa frase, “Brasília, cidade que inventei”, evidencia sua pessoal ascendência sobre o sonho materializado.
O presente ensaio (1) é, antes de mais nada, o registro sucinto das manifestações de um sonhador que sonhou acordado.
É sabido como o urbanista inscreveu a proposta no concurso: entregue na última hora, com “apresentação sumária”, representação gráfica singela e a mais poética das argumentações. Poesia que não perturbou a apreciação do júri, que anotou na ata final:
“Seus elementos podem ser prontamente apreendidos: o plano é claro, direto e fundamentalmente simples – como o de Pompéia, o de Nancy, o de Londres feito por Wren e o de Paris de Louis XV” (2).
Brasil voltado para o futuro
Desculpandose da “espontaneidade original” da sua proposição, a idéia que o urbanista oferecia, como ele próprio ressaltou, foi “intensamente pensada e resolvida”. A completude da proposta, corroborada na apreciação do júri, revela um devaneio, um projeto de desbravamento da nação, simbolizado no
“gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse”¸conforme escreveu na Memória descritiva do Plano Piloto em 1957: data:text/html;charset=utf8,%3Cdiv%20class%3D%22metadata%22%20style%3D%22margin%3A%200px%200px%208px%3B%20padding%3A%200p… 1/6
15/09/2015
arquitextos 125.00: Brasília: utopia que Lúcio Costa inventou | vitruvius
“Tratase de um ato deliberado de posse, de um gesto de sentido ainda desbravador, nos moldes da