arquitetura
A Organização do Espaço Urbano de Muriaé, Minas Gerais
O objetivo do capítulo é estabelecer uma discussão sobre a formação espacial do município de Muriaé, e, para isso, parte-se do princípio teóricometodológico apontado por Capel (2001) ao destacar que a análise da cidade pode ser feita por três dimensões: na primeira, o sentido material urbano, morfológico, como a paisagem urbana; a segunda estaria ligada à comunidade, aos grupos sociais e às instituições; e, finalmente, a dimensão política.
Partindo dessa vertente, recorre-se ao processo inicial de ocupação com o propósito de conhecer os aspectos condicionantes topográficos2 e o crescimento
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original, associando a ação dos agentes sociais no espaço em um contexto de jogo político, que, por meio da implantação de infraestrutura, possibilitou o deslocamento do processo de urbanização.
No segundo momento, discute-se que a modificação dos agentes no decorrer da história da organização do município, que se contextualizaram a partir do momento político, trabalharam de forma a atender a manutenção do status quo, com um discurso específico de inclusão da região nos moldes do desenvolvimento. Já no terceiro momento, reflete-se sobre as atividades econômicas desenvolvidas no município, que foram condicionantes ao processo de acumulação de capital, dando origem aos fixos e fluxos, o que favoreceu nova direção ao processo de urbanização. São pistas para o entendimento do processo de acumulação do capital e inserção da região no processo de aquisição de capital e na transição do capitalismo financeiro, oferecendo assim consistência teórica para se compreender em que contexto surgiram as políticas habitacionais.
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Entende-se como aspectos condicionantes topográficos os aspectos morfológicos ligados ao relevo, como, por exemplo, as serras, colinas, bem como a superfície predominante no município de montanha. Esses aspectos citados constituem o