Arquitetura
Por Fábio Portela – Revista Veja, ed. 1943 – ano 39 – no. 6 – 15/02/2006 pág.108 http://veja.abril.com.br/150206/p_108.html Veja-BARSA-A volta da coleção-20060215.doc
Depois de quase quebrar, a Barsa resiste à internet e amplia vendas
A enciclopédia moderna foi criada em meados do século XVIII por filósofos iluministas, que pretendiam reunir todo o conhecimento humano em uma coleção de livros. O ideal iluminista transformou-se num negócio lucrativo no século XX, quando os livrões se tornaram acessíveis a qualquer família: muitas vezes sozinha (ou ao lado de uma Bíblia), a enciclopédia preenchia as estantes da casa e garantia que as crianças tivessem onde pesquisar seus trabalhos escolares. Nos anos 90, contudo, o surgimento da internet quase decretou o fim das velhas enciclopédias. A rede supria as necessidades de pesquisa dos estudantes, com a vantagem de ser mais barata e rápida. Por causa da internet, as vendas da Barsa, o principal título do Brasil e da América
Latina, caíram 70% em 1995. Sua editora, de mesmo nome, entrou no vermelho e, em 2000, acabou vendida ao grupo espanhol Planeta. Os novos donos não mudaram o produto, a gestão da empresa nem o marketing da Barsa, que ainda é feito de porta em porta. Ainda assim, a marca se reabilitou. Nos últimos cinco anos, o faturamento triplicou. As projeções indicam que as vendas voltarão em 2007 aos patamares de 1994, antes da febre da internet.
A Barsa não foi a única enciclopédia a sofrer com o advento da internet. A rede provocou mudanças em todo o setor. Algumas publicações embarcaram no mundo digital. A Britannica, a mais tradicional e conceituada do ramo, descobriu que a internet não era sua inimiga. Em 1998, chegou a eliminar sua edição em papel e passou a manter apenas uma virtual. Em 2003, voltou atrás a pedido do governo americano. Inicialmente, a Barsa não soube reagir às mudanças. Só se recuperou quando seus vendedores passaram a convencer a