Arquitetura
Manifestos em Belo Horizonte (MG)1.
O planejamento estratégico, baseado na competitividade por recursos escassos, vem sendo largamente adotado por governos em detrimento da qualidade de vida, da participação e da inclusão dos cidadãos em suas políticas. O município de Belo Horizonte, em claro contraponto às políticas participativas adotadas nos anos 1990, bem como o Estado de
Minas Gerais, não são exceção. O artigo tenta esboçar uma reflexão acerca das conseqüências deste tipo de planejamento, a partir dos conflitos urbanos manifestos em
Belo Horizonte entre Abril e Novembro de 2008. Faz-se uma breve revisão bibliográfica sobre os temas abordados e considera-se as especificidades do caso belo-horizontino, para apresentar os dados coletados pelo "Observatório dos Conflitos Urbanos de Belo Horizonte" junto à imprensa escrita e televisiva e ao Diário Oficial do Município. Os cinqüenta casos de conflitos coletados são analisados em termos de locais de origem e manifestação, de coletivo mobilizado e entidade reclamada e principalmente do objeto (ou assunto) da manifestação. São enfim oferecidas análises preliminares quanto ao significado dos conflitos enquanto resposta às políticas públicas em vigor no caso de Belo Horizonte.
Palavras-chave: Planejamento Estratégico, Políticas públicas, Espaços Livres Urbanos,
Conflitos Urbanos, Belo Horizonte.
1
Apresentando resultados de pesquisa realizada com apoio da FAPEMIG e do CNPQ.
A Opção pelo Planejamento Estratégico e os Conflitos Urbanos
Manifestos em Belo Horizonte (MG).
Introdução
O
planejamento
estratégico
–
opção
de
planejamento
institucional
vinculada
à
competitividade por recursos escassos, que tem como objetivo a inserção e manutenção da instituição nos mercados regionais e/ou internacionais - vem sendo largamente adotado por governos em detrimento da qualidade de vida, da participação e da