arquitetura
Arte útil por excelência, a arquitetura é, de todas as criações do homem, a que revela de maneira mais profunda a evolução das sociedades ao longo de sua história.
O fato de ser uma arte e também ciência aplicada levou a noção de arquitetura a incluir concepções muito diversas. São freqüentes as críticas dos profissionais do setor ao ensino da arquitetura em colégios e universidades como uma disciplina puramente "artística", integrada a um estudo geral dos diversos estilos, sem levar em conta os problemas formais e técnicos que originaram diferentes soluções. Esse tipo de educação gerou a idéia de que existe uma "grande arquitetura", analisada em textos e manuais, e uma outra, própria da grande massa, sem nenhuma pretensão estética. No final do século XIX, o britânico William Morris rebelou-se contra essas noções, defendendo que não se podia deixar a criação nas mãos de um grupo reduzido de especialistas. Para ele, a própria sociedade devia estar envolvida nos processos arquitetônicos.
Para compreender a gênese da arquitetura, cabe atentar para três fatores determinantes: as possibilidades que em dado momento as técnicas e materiais propiciam; as necessidades a que um edifício concreto atende; e as concepções artísticas predominantes. São, portanto, três elementos sincrônicos -- técnico, social e estético -- cuja inter-relação ao longo dos séculos marcou os diferentes períodos arquitetônicos. Seu estudo constitui a base do desenvolvimento histórico examinado neste artigo.
Antiguidade
Civilizações norte-africanas e orientais. O aparecimento das primeiras civilizações em torno dos grandes rios -- Nilo, Tigre, Eufrates e Indo -- trouxe consigo o desenvolvimento das técnicas arquitetônicas básicas.
Egito. Embora as origens do neolítico no Egito remontem ao começo do quinto milênio antes da era cristã, só após a unificação realizada pelo rei Menes em 3100 a.C., a arquitetura evoluiu. Os materiais básicos foram o adobe -- pequeno bloco semelhante ao