Arquitetura
Rápidas considerações sobre a preservação das ruínas da modernidade
Cecília Rodrigues dos Santos e Ruth Verde Zein.
Salvador Novembro 2012
Como diria Mario Pedrosa, “ A arquitetura foi condenada ao moderno pela sua própria historia.” As autoras buscaram então alternativas para os tristes escombros da arquitetura da modernidade, tentando identificar esse processo de morte de uma arquitetura. Lançando com dedicação ao interrogatório de ruínas e fragmentos, preferindo métodos próprios da historia e da arquitetura, sem desprezar aqueles da arqueologia e da arte.
Para David Leatherbarrow, “Ao longo do tempo e do uso, conjuntos arquitetônicos ganham legitimidade ao fazer a crônica dos padrões de vida que acomodaram. O tempo não passa na arquitetura, ele acumula. Se ele passasse, não deixaria traços. Tudo ao nosso redor exibe sinais de história, desenvolvimento ou deterioração. Todas as coisas físicas, especialmente corpos e edifícios, se oferecem à experiência visual como sedimentações de ações e comportamentos. Se um rosto é reconhecível, é porque o tempo escreveu sobre sua pele, ou superfície, sinalizando as maneiras como ele se conduziu no mundo”. Somado a esse argumento, aumenta o complexo desafio colocado pela preservação de uma arquitetura que envelhece mal e prematuramente a sua materialidade, é privada do direito de se tornar antiga ou de permanecer enquanto ruína.
A preservação da arquitetura, tem como um de seus objetivos contrariar o envelhecimento, impedir e até reverter o arruinamento. Nas últimas décadas, com a ampliação da noção de patrimônio, que abarcou a modernidade, e o incremento dos debates no campo da preservação, têm sido inevitáveis as revisões de noções e critérios e o enfrentamento de paradoxos conceituais, bastante acentuados quando o objetivo é tentar