Arquitetura e Revolução Indutrial
Bruno Massara Rocha
Transformações Técnicas: engenharia estrutural, 1775-1939
O conceito "Progresso" ocorre com mais ênfase na arquitetura junto ao nascimento de ideais progressistas nos fins do séc XVIII, acompanhado por uma perda na confiança da tradição renascentista e das teorias que a suportavam, o idealismo. O desenvolvimento de novos materiais e métodos de construção permitiam novas soluções, criavam novos padrões, novos problemas, e sugeriam simultaneamente novas formas.
Em um nível mais profundo a industrialização transformou os padrões de vida e levou a proliferação de novos edifícios: estações de trem, casas suburbanas, arranha-céus, para os quais não havia precedentes. A industrialização também gerou novas estruturas econômicas e centros de poder. Desloca a patronagem da arquitetura da igreja, estado e aristocracia para as aspirações da nova classe media. Outro aspecto do mito progressista por trás da concepção da arquitetura era a crença em uma sociedade justa e racional. Além disso, as correntes de pensamento arquitetônico estavam preocupadas com a possibilidade de se criar formas que não fossem pastiches de estilos passados, mas expressões genuínas do presente. A noção de arquitetura moderna implicava em uma série de diferentes atitudes quanto à gênese da forma.
Progresso era, no séc XIX, uma importante ferramenta ideológica nas mãos dos políticos, reformadores sociais e industriais. Chegou a superar a própria religião como um sistema de valores. Marx chamou a religião do ópio do povo, mas nunca qualificou sua crença no progresso da mesma forma. O progresso era sinônimo de novo e bom, maior e melhor: um desejo de vitória sobre as forças conservadoras da natureza, um processo natural aquém da evolução da vida.
Em 1909, Walter Gropius já se preocuparia com a pré-fabricação na arquitetura. Mas ele jamais levaria em conta uma industrialização total como a dos veículos, preferindo satisfazer as necessidades de um