arquitetura proposta trabalho 1
Intertextualidade é a relação que qualquer texto mantém com outros textos de forma mais ou menos explícita, através de citações, alusões ou comentários.
Os Lusíadas, de Luís de Camões são o principal intertexto de Memorial do Convento. Por exemplo, «E Camões do olho direito» (Cap. XIX). Eis outros exemplos:
Intertextualidade com outros autores: Ainda outros intertextos a considerar:
Bíblia: passagens do Memorial do Convento como «não tentarás o Senhor teu Deus», «Pai nas tuas mãos entrego meu espírito» e várias outras ao longo da obra estão directamente relacionadas com passagens bíblicas.
Cultura popular: é possível encontrar ao longo da obra paráfrases de registos da cultura popular, como: cantilenas «saiu completo o cortejo para Elvas, rei, capitão, soldado, ladrão» ou contos populares «é o teu rei quem passa, papagaio real que vai à caça» (modificação de “Papagaio real, quem passa, El-Rei que vai à caça”).
Mito de Ícaro: Na mitologia grega, Dédalo, pai de Ícaro, construiu, a pedido de Minos, um labirinto para encerrar o Minotauro. Para que o segredo fosse preservado, Minos trancou pai e filho no labirinto. Com a ajuda de Persifae, conseguiram escapar e, para fugir da ilha de Creta, Dédalo inventou dois pares de asas com penas e cera. No entanto, entusiasmado com o vôo, Ícaro aproxima-se demais do sol, as asas derretem, cai ao mar e morre. Do mesmo modo, o padre Bartolomeu (como Dédalo) é dotado de genialidade e perseguido pela Igreja e Baltasar (como Ícaro) morre vitima da sua invenção, a passarola, também por intervenção do sol, pois é este que faz com que a passarola repentinamente levante voo, sem rumo e sem volta, condenando Baltasar à fogueira.