Arquitetura moderna
Defendida pelo arquiteto e historiador Abilio Guerra na Unicamp, a tese será lançada em forma de livro no ano que vem pela Romano Guerra Editora, dentro da coleção "Olhar Arquitetônico". O texto mostra de que forma a idéia que temos hoje sobre a arquitetura moderna brasileira, reverenciada no mundo todo principalmente por causa da obra de Oscar Niemeyer, é herança dos ideais de intelectuais como Oswald e Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, Raul Bopp e outros.
O livro de Guerra vai arrematar as dezenas de homenagens a Costa, que começaram em março com a exposição "Lúcio Costa 1902-2002, o Recado dos Papéis", no Rio, e continuarão no mês que vem com eventos na França e no Equador. Nos próximos dias, a editora José Olympio lança "Arquitetura", um livro escrito pelo arquiteto após encomenda do Ministério da Educação e Cultura (MEC) nos anos 80. É a primeira vez que esses artigos de Lúcio Costa estarão disponíveis para o público em geral e não somente para professores da rede pública de ensino.
"Lúcio Costa construiu um discurso sobre a arquitetura moderna brasileira semelhante ao da Semana de 22", afirma Guerra. Sua tese mostra a ambivalência do legado de Lúcio Costa, que deixou não só o Plano Piloto de Brasília e parte da autoria do edifício do Ministério da Educação e Saúde (1937), no Rio, mas também inúmeros conceitos arquitetônicos e textos sobre a cultura nacional. "O discurso de Costa era mais culturalista do que arquitetônico", diz o autor. "O que ele fez, de maneira inteligente, foi dar um caráter nacional à nossa arquitetura moderna, que nada mais era do que uma