O legado que os jesuítas nos deixou é fruto de dois séculos de trabalho penoso e constante, pode não ser a maior contribuição, nem a mais rica e bela, no conjunto de todos os monumentos de arte que nos foram deixados. Mas uma das mais significativas. Por ter iniciado a ação da Companhia em fins do Renascimento, quando iniciava os primeiros sintomas do barroco e se desenvolver depois, os dois movimentos paralelamente, levou a críticos englobarem uma denominação comum de “arte jesuítica” todas as manifestações de arte religiosa dos séculos XVII e XVIII. As transformações que passou a arquitetura religiosa, juntamente com a civil, durante o período, obedeceram o processo evolutivo normal de natureza fisiológica: uma vez quebrado preconceitos e regras das fórmulas neoclássicas renascentistas, já tanto repetitivas e comuns, ela teria de percorrer o mesmo caminho que percorreu. Até quando o barroco impossibilitado de renovação teve de ceder o lugar à uma nova atitude classicista . As manifestações de arte dos jesuítas apresentam formas diversas, de acordo com as conveniências , recursos locais e com as características de estilo próprias de cada período. Apesar dessas diferenças, por vezes tão sensíveis, e mesmo das aparentes contradições que se podem observar, diferenças e contradições que se acentuam à medida que as obras se vão afastando dos padrões mais definidos de fins do século XVI e da primeira metade do século XVII, apesar das mudanças de forma, das mudanças de material e das mudanças de técnica, a personalidade inconfundível dos padres, o “espírito” jesuítico, vem sempre à tona é a marca, o que identifica todas elas e as diferencia das demais. Tratando-se de uma nova ordem e diferente, livre de compromissos com as tradições monásticas medievais, e em situação favorável para se deixar impregnar, logo de início, do espírito moderno, pós-renascentista e barroco, é natural que tenha sido mesmo assim. Com relação à obra internacional