Arqueologia
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Eurásia, e não a África, pode ter sido berço da humanidade
Arqueólogos encontram no Cáucaso ferramentas de 1,85 milhão de anos
Ilustração mostra o que seria uma família da espécie Homo georgicus, que era considerada a primeira espécie de hominídeos a habitar a Europa. Novos achados no sítio arqueológico de Dmanisi apontam que a ocupação pode ter começado antes com os Homo erectus (Mauricio Anton/Latinstock)
“Mama África” pode perder o posto de berço da humanidade agora que arqueólogos encontraram artefatos construídos por nossos ancestrais no sítio arqueológico de Dmanisi, na Cordilheira do Cáucaso da Geórgia, no limite da Europa com a Ásia. A descoberta se choca com a convicção de que o Homo erectus primeiro habitou a África e de lá se dispersou pelo mundo.
Pesquisadores acreditavam que o Homo erectus tivesse chegado ao sítio de Dmanisi há apenas 1,7 milhão de anos e que a primeira espécie de hominídeos a habitar a Europa tivesse sido a do Homo georgicus. Mas de acordo com um artigo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, a ocupação da Eurásia pelos primeiros humanos data de pelo menos 1,85 milhão de anos.
Os fósseis encontrados nas mesmas camadas sedimentares em que os objetos foram achados estão desgastados demais para indicar a espécie exata a qual a população pertenceu – impossibilitando aos pesquisadores saber se, de fato, estes instrumentos pertenceram ao Homo erectus. Fósseis encontrados em outras camadas da região não ajudam muito a solucionar o quebra-cabeça: datados de 1,77 milhão de anos, indicam cérebros muito menores (cerca de 300 a 400 centímetros cúbicos a menos) do que os esperados para um Homo erectus. É possível que os ossos tenham pertencido aos primeiros exemplares da espécie. Seja como for, os artefatos indicam que hominídeos estiveram lá milhares de anos antes.
Agora, pesquisadores da Universidade do Norte do Texas em Denton envolvidos