Arma Nem De Brincadeira
(Ute Craemer)
Atualmente a violência é um dos principais temas de discussão - violência doméstica, abuso, discriminação, injustiça social, econômica etc. Também existe a violência ligada à arma de fogo e por isso existe uma lei que regulamenta melhor o uso de armas.
Nós, da Aliança pela Infância, junto com o Conselho Parlamentar pela Cultura de Paz queremos incrementar estas ações com uma campanha de desarmamento infantil. Desarmamento de brinquedos e brincadeiras que incentivam a violência.
A pergunta fundamental nesta campanha é: Será que o brincar violento incentiva a criança a ser violenta quando adulta? E quais seriam as alternativas?
Podemos tecer algumas considerações do ponto de vista histórico.
Sempre existiram brincadeiras violentas que, em parte, eram um preparo para guerrear, caçar ou se defender contra animais selvagens e invasores. O simples brincar do menino índio com sua flechinha, brincadeiras como polícia e ladrão,
soldadinhos de chumbo etc. podem ser considerados como brincadeiras violentas neste sentido. Mas existe uma diferença radical: embora cruéis – as guerras antigamente eram guerras pequenas e locais, o que não é o caso desde a invenção da bomba atômica, que pode destruir o planeta todo de uma só vez. A partir deste momento histórico onde a inteligência humana conseguiu esta façanha, temos que conscientemente usar nossa inteligência para resolver conflitos de um modo diferente. Assim, devemos ensinar às crianças a cooperar.
O assunto não é tão simples! Por que? Porque dentro da alma humana existem impulsos de vontade, de energias enormes que, em primeiro momento, não são direcionadas para um fim específico. É uma força grandiosa que se movimenta, muitas vezes sem controle. Esta força existe! E ela precisa de uma meta, uma meta construtiva.
A palavra violência vem do latim “volere” que significa querer. Então, violência é uma força do querer, do atuar, do agir. Trata-se de direcionar esta força do querer. A