Aristoteles e a Democracia
Aristóteles escreveu vários tratados políticos, entre eles um intitulado Sobre a Monarquia e um outro denominado A retórica a Alexandre, que fez por encomenda dirigido ao príncipe Alexandre da Macedônia, que mais tarde viria a ser o conquistador da Ásia, obras que se perderam. O sábio classificou a política como pertencente "às ciências práticas", aquelas que nos ajudam a agir visando a felicidade e o bem-estar dos homens e, portanto, merecedora de um estudo especial. Entre suas várias lições esotéricas, visando o público interno, os alunos que freqüentavam o Liceu, encontram-se um conjunto de apostilas juntadas em livro, intitulado Politéia(Política), onde ele expôs detalhadamente a diversidade dos regimes políticos da sua época. Entre os quais as suas impressões sobre a democracia. É um tratado que conseguiu resistir a 2.300 anos de história, sendo fonte permanente de referências e leitura obrigatória para os que se lançam no fascinante campo da teoria política.
Os Desvios da Política
Bóreas, o vento inconstante, símbolo da política Aristóteles, que viveu por inteiro no século IV a.C., acreditava que os regimes políticos existentes no seu tempo comparavam-se com a regularidade dos ventos. Existe uma constância no soprar deles: sempre para o norte ou sempre para o sul. Há porém desvios de toda ordem. Assim se dá com as formas políticas. Podemos imaginar que algumas delas que são permanentes, tais como a monarquia, a aristocracia e a politéia (o governo constitucional), havendo porém os naturais "desvios", provocados pelo comportamento errático dos ventos, que nos conduzem a
Aristóteles (384-322 a.C.) outras organizações políticas, diversas, piores do que as ideais. Entres esses desviantes do que seriam os regimes mais apropriados, Aristóteles apontava a tirania (a mais nociva), a oligarquia e a democracia (apontada por ele como "a pior das formas boas, mas a melhor entre as variedades