Aristides
O seu primeiro cargo foi como cônsul de 2ª classe na Guiana Britânica a partir de 12 de Maio de 1910, passando depois a exercer funções em Zanzibar, onde ganhou muito prestígio. Em 1918, durante ditadura de Sidónio Pais, progrediu para cônsul de 1ª classe. Devido à sua simpatia pela causa monárquica ficou inactivo de 1919 até 1921, altura em que foi convidado a dirigir o consulado em S. Francisco.
Depois do golpe de Estado de 28 de Maio de 1926, Sousa Mendes foi escolhido como cônsul em Vigo. Apoiando e servindo desde o seu início o regime ditatorial, recebeu várias vezes louvores de Salazar. Todavia, com o afastamento do irmão do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, Sousa Mendes ficou revoltado com o Governo.
Entre 1931 e 1938 foi cônsul em Antuérpia, sendo então transferido para Bordéus. À medida que crescia na Europa o Nazismo, crescia também o número de refugiados, sobretudo judeus. Muitos deles foram para Bordéus, então sob o governo de Vichy. Aí, Sousa Mendes concedeu milhares de vistos a judeus que procuravam escapar ao extermínio nazi. Esta atitude desagradou muito a Salazar, que o destituiu em 1940. Sousa Mendes ainda apelou para o Supremo Tribunal Administrativo e para a Assembleia Nacional, mas de nada lhe valeu. Em Bordéus, porém, foi-lhe erguida uma estátua.
De entre os mais de trinta mil refugiados a quem o cônsul português concedeu o visto contam-se políticos e artistas.
Aristides de Sousa Mendes acabou por falecer em 1954, com imensas dificuldades financeiras. Em 1987, o então Presidente da República Mário Soares conferiu-lhe, a título póstumo, a Ordem da Liberdade. Em 1989, a Assembleia da República reparou a grave injustiça que lhe fora cometida, reintegrando-o no serviço diplomático por unanimidade e aclamação.
Como reconhecimento, em 1966, o Memorial de Yad Vashem