aristides
Publicado em junho 12, 2010 por venizmurad
No capítulo 6 do livro Raízes do Brasil, denominado “Novos Tempos”, Sergio Buarque de Holanda dispõe em princípio sobre os profissionais liberais, seu pensamento gira em torno de uma propensão da sociedade brasileira as profissões liberais, como advocacia e medicina. Vale lembrar que as profissões liberais já eram cercadas de prestígio em Portugal aonde uma carta de bacharel valeu quase tanto como uma carta de recomendação nas pretensões a altos cargos públicos. Esse vício do bacharelismo ocorre, pois no trabalho não buscamos senão a própria satisfação, ele tem seu fim em nós mesmos e não na obra. Isso exalta acima de tudo a personalidade individual como valor próprio com base na relativa importância que confere o título de doutor nesses ofícios. Para Holanda: “Não é outro, aliás, o motivo da ânsia pelos meios de vida definidos, que dão segurança e estabilidade, exigindo, ao mesmo tempo, um mínimo de esforço pessoal, de aplicação e sujeição da personalidade, como sucede tão freqüentemente com certos empregos públicos”. (p.156)
Em um segundo momento Holanda descreve nossa democracia como um lamentável mal entendido. A democracia é um sistema complexo de preceitos que foram trazidos a essas terras tropicais sem pensar nas modificações que seriam impostas a sociedade. Pode-se notar que uma classe dominante a importou e tratou de moldá-la em razão dos seus interesses. Cabe ressaltar que os interesses comentados são os mesmos que a aristocracia européia tanto estimava e a burguesia contestava. Assim a democracia se incorporou ao cenário nacional, ao menos como fachada ou
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