Aristides de Sousa Mendes
Aristides de Sousa Mendes foi, em 1940, Cônsul Geral de Portugal em Bordeaux, na França.
Graduado pela Universidade de Coimbra, foi um advogado de posses de uma antiga família aristocrata e tinha representado Portugal em postos diplomáticos no Brasil, Zanzibar e nos Estados Unidos. As forças nazistas de Hitler tinha entrado em Paris e uma multidão de pessoas fugira para o sul, esperando deixar a França. Seu destino era Bordeaux, onde um visto português podia lhes assegurar uma passagem pela Espanha até Portugal, que era nominalmente neutro; dali talvez pudessem obter um passaporte ou um visto para a América. Salazar tinha ordenado a suas embaixadas para não emitir vistos de saída para russos, exilados políticos portugueses ou quaisquer judeus.
Milhares de refugiados que chegaram a Bordeaux tinham encontrado o apartamento do Cônsul Geral Português e se reuniram do lado de fora, esperando conseguir os vistos. Sousa Mendes, com grande compaixão, decidira desobedecer as ordens de Salazar e ele, com dois filhos, escreveu à mão cerca de 30.000 vistos para salvar o máximo possível de refugiados das mãos nazistas. Uns dez mil desses refugiados eram judeus. Cita-se esta frase dita por ele: "Tenho de salvar estas pessoas, quantas eu puder. Se estou desobedecendo ordens, prefiro estar com D’us e contra os homens, que com os homens contra D’us."
O resultado dessa magnífica ação foi ele ser chamado a Lisboa em desgraça, mas no caminho parou em Bayonne e escreveu mais vistos à mão, salvando assim outros mil refugiados. Quando chegou a Lisboa foi multado e proibido de exercer a profissão de advogado. Ficou reduzido a ter de vender todos os seus pertences pessoais para comprar comida para sua família. Morreu em 1954, sem dinheiro e ainda em desgraça.
O nome de Aristides de Sousa Mendes foi homenageado pelo Congresso dos Estados Unidos, pelo Governo de Israel e recentemente foi restaurado a um lugar de honra e respeito pelo Presidente de