Ariano

Ariano. Luiz Fernando abre o bate-papo: “Esse é um dia mágico em que sonho e vida se encontram”. Os atores se apresentam, contando quem são seus personagens. Renata Rosa (Maria Safira / coro Maria do Badalo), Sandra Belê (coro Maria do Badalo), Lázaro Machado (Ludugero Cobra-Preta) e Servílio de Holanda (Silvestre) cantam à capela estrofes de seus textos e emocionam todos. ("Olhei os olhos dos atores - e gostei do que vi", disse Ariano, meses depois do encontro.) 08 de novembro 06 Filmagem na Serra do Pico. Em quadro, Quaderna, Samuel (Frank Menezes) e Clemente (Jackyson Costa) estão montados a cavalo para mais uma sessão da Academia dos Emparedados do Sertão da Paraíba. A cena é a da Filosofia do Penetral, em que um verborrágico Clemente explica a Quaderna (Irandhir Santos) sua teoria, diante de um Samuel estupefato. O Penetral é uma brincadeira, uma sátira ao pensamento de dois filósofos alemães, Jaspers e de Heidegger, pelos quais não tenho muita simpatia. Heidegger é um ser tão complicado que escreveu um livro sobre a essência da poesia em que ele termina assim: “Finalmente pode se dizer que a essência da poesia é a poesia da essência”. Procurei de propósito palavras complicadas para fazer uma contraposição satírica à linguagem dos dois. O Penetral é o que Jaspers chama de ‘o englobante’. Fiz isso para me divertir. (AS, 04 de novembro 06) ´´´´´´ Clemente Ravasco (Jackyson Costa) é um negro-tapuia, defensor ferrenho da cultura nacional. Com os títulos de advogado e historiador, foi professor de Quaderna na infância. Esquerdista declarado e assumidamente partidário de Luís Carlos Prestes, o intelectual vive sonhando com revoluções como as de Zumbi dos Palmares e de Antônio Conselheiro. É companheiro e adversário eterno de Samuel, com quem vive às turras, mas de quem não consegue ficar afastado. A caracterização de Clemente é toda a partir dessa mistura das raças, do negro com o índio. Para maquiar o tom da pele, Vavá Torres mistura duas cores: uma morena bem