Argumentos Divergentes
Apesar de ilegal, algumas circunstâncias justificam sua aplicação, onde em um determinado país a anarquia, governamental ou social torna impossível a vida da legalidade. Dentro deste contexto, uma intervenção, por ilegal que seja, que acabe com essa anarquia, terá apoio do homem, liberal ou democrata. Ele não hesitara em apoia-la.
No Brasil, o principal argumento para a aplicação da ditadura foi a suposta tentativa de comunização do país, onde alegava-se que as reformas de base propostas por João Goulart seriam suficientes para transformar o país em uma república socialista.
Na época do governo de João Goulart, um novo cenário político-social surgiu no pais. Seus aspectos eram uma intensa crise econômica e financeira, crises políticas e institucionais, crise no sistema partidário, grande mobilização política das classes populares, ofensiva política dos militares e dos setores empresariais, ampliação de um sindicato para os operário e para os trabalhadores do campo e uma inédita e acirrada luta de classes.
Liberais e conservadores atribuem ao período e ao governo apenas aspectos negativos como baderna política, crise de autoridade e caos administrativo, inflação descontrolada e recessão econômica, quebra da hierarquia e indisciplina nas forças armadas, subversão da lei da ordem e avanço das forças de esquerda, etc.
Ao mesmo tempo que existe um consenso entre liberais e conservadores, diferentes são as visões entre os setores de esquerda sobre o significado do governo Goulart. Para eles era um governo de traição nacional, de orientação socialdemocrata, governo populista de esquerda ou nacional-reformista e até mesmo de orientação revolucionária. No entanto existia um consenso entre os setores de esquerda, alegando que a época de 1961-1964 foi o momento em que a luta de classes no Brasil alcançou um de seus momentos mais intensos,