argumentação
A interação social por intermédio da língua caracteriza-se, fundamentalmente, pela argumentatividade. O homem forma juízos de valor, constantemente, por ser dotado de razão e vontade. Por meio do discurso, tenta influir sobre o outro ou fazer com que compartilhe suas opiniões. Por esta razão afirma que o ato de argumentar constitui o ato linguístico fundamental, pois todo e qualquer discurso subjaz uma ideologia, pois, até mesmo, o discurso, que se pretende “neutro”, contém também uma ideologia – a da sua própria objetividade.
Cai por terra a distinção entre dissertação – vista como exposição de ideias alheias - e a argumentação, uma vez que, a simples seleção das opiniões já implica uma opção.
Com o surgimento da pragmática o estudo do discurso e, em decorrência, o da argumentação ou retórica, passou a ter importância nas pesquisas sobre a linguagem. E, no momento que se passou a incorporar a enunciação ao estudo dos enunciados linguísticos, surgiu a teoria da enunciação.
Os filósofos de Oxford, nos EUA, dedicaram-se ao estudo dos atos da linguagem – no ato fala – postulando os atos ilocucionários, que encerram a “força” com que os enunciados são produzidos, e de atos percolucionários, efeitos visados pelo uso da linguagem entre os quais o de convencer e o de persuadir.
Perelman (1970) apud Koch (2002) ressalta que a argumentação visa provocar ou a incrementar a “adesão dos espíritos” às teses apresentadas ao seu assentimento – ato de persuasão. Enquanto o ato de convencer se dirige unicamente a razão, através de um raciocínio lógico e provas objetivas, capaz de atingir um ”auditório universal”, possuindo caráter demonstrativo e atemporal (como no raciocínio matemático), o ato de persuadir, por sua vez, procura atingir a vontade, o sentimento do (s)