Argumentaçao, verdade e ser
Argumentação, verdade e ser
Verdade do Ser - Verdade Argumentativa
1. Tradição clássica de verdade:
a) A verdade, o grande objectivo da procura dos filósofos, estava para além do mundo sensível, do verosímil (Provável), das aparências e opiniões. A verdade era entendida como unívoca, universal e correspondia ao conhecimento absoluto do ser (tudo o que existe, e é independente do modo como o dizemos/conhecemos).
Platão foi o principal defensor desta concepção. Desvalorizou a retórica, porque a mesma se limitava a adular e iludir as pessoas, jogando com a sua ignorância. A dialéctica era a única arte que servia à procura da verdade.
b) A retórica, no entendimento dos filósofos, ficava-se pela opinião sobre as coisas sensíveis. Nesse sentido era plural e subjectiva.
Os sofistas identificavam-se com esta concepção de verdade plural, suportada pela argumentação. A verdade era um ponto de vista, não sendo possível conhecer a verdade única e intemporal.
2. Modelo de racionalidade moderna:
- A ciência moderna (criada no séc. XVII), manteve a mesma concepção unívoca e universal de verdade, mas acrescentou a exigência de prova, isto é, da verdade assentar em factos verificáveis.
- Descartes impôs também um modelo de racionalidade, segundo o qual só é verdadeiro o que é claro, distinto, objectivo e evidente. Tudo o que era do domínio do verosímil devia ser afastado do conhecimento.
3. Crise do modelo de racionalidade moderna:
- No século XX os avanços da ciência colocaram em causa o conceito de verdade como universal e única. Uma mesma coisa pode ser explicado cientificamente de diferentes formas. A verdade não é pois unívoca, nem absoluta, é plurívoca e renovável. O ser (aquilo que existe) diz-se de diferentes maneiras, e só pode ser expresso através da linguagem. É por isso que linguagem, verdade e ser são indissociáveis.
- Reconheceu-se que a verdade está dependente das condições históricas e de processos