Arenas políticas no período regencial
Parlamento, imprensa, associações, manifestações cívicas e movimentos de protesto ou revolta constituíram os instrumentos principais de ação política no período regencial. A crise sobre as divisões da elite política possibilitou o aparecimento de novos atores políticos e de camadas sociais. Vindos não só da classe média urbana, mas também dos de pouco status social. Nas principais cidades, a política ultrapassa o tradicional espaço dos palácios e das instituições representativas e chega ao povo. Ainda que no Parlamento os debates fossem mais fechados, a Câmara e o Senado não escapavam às pressões da população. Na Câmara, na segunda legislatura, os moderados eram os de maior peso político, seguidos pelos caramurus e tendo uma pequena parcela de exaltados. Na terceira legislatura, não haviam bem definidas as identidades políticas de cada um, pois era um período de transição entre os três grupos e os que se formaram depois: Regresso e Progresso. Em 1835 tem início o Regresso, articulado por ex-moderados e por alguns caramurus. A tendência política da época era a da oposição à Regência, sem que isso significasse incorporação aos regressistas. Apenas na quarta legislatura é que as tendências políticas serão melhores definidas, fazendo uma real divisão entre regressistas e progressistas. A imprensa teve maior desenvolvimento na década de 1830. Esse desenvolvimento era ligado às disputas políticas e a mobilização pública. Foi com a imprensa que os debates tiveram maior abertura e se tornaram mais amplos, além da liberdade de expressão e a prática comum do anonimato. Os jornais eram responsáveis pela produção e difusão da política, não importando nem mesmo o analfabetismo, pois eram comumente lidos em voz alta e em público. Várias festividades também eram importantes espaços políticos na época. As primeiras aconteciam nas diversas datas fixadas pela Regência para celebrar acontecimentos tidos como marcos da pátria. Essas festividades