Arcadismo
ARCADISMO
O Arcadismo surgiu no continente europeu no século XVIII, durante uma época de ascensão da burguesia e de seus valores sociais, políticos e religiosos. Caracterizava-se principalmente pela valorização da vida bucólica e dos elementos da natureza. Seu nome faz referência à Arcádia, região do sul da Grécia que havia sido assim denominada em referência ao Semideus Arcas (filho de Zeus e Calisto). Percebem-se, assim, as referências à mitologia grega que perpassa o movimento. Os poetas desta escola literária desprezavam a vida nos grandes centros urbanos, toda vida agitada e problemas que as pessoas possuíam nesses locais, escreviam, portanto, sobre as belezas do campo, a tranquilidade proporcionada pela natureza e a contemplação da vida simples. O Arcadismo tinha por intuito dar novos ares às artes e ao ensino, aos hábitos e atitudes da época, caracterizando-se, assim, como reformista. Propôs então uma literatura compromissada com a simplicidade. Sendo assim os escritores valorizavam quatro palavras: clareza, razão, verdade e natureza. A própria sociedade da época substituiu a fé e a religião pela razão e pela ciência. Daí a denominação de Século das Luzes para o período em que o Arcadismo predominou. Assim como os textos produzidos no período do Quinhentismo sofreram influência direta de Portugal e aqueles produzidos durante o Barroco, da cultura espanhola, os textos árcades foram influenciados pela cultura francesa devido aos acontecimentos movidos pela burguesia que sacudiram toda a Europa. Em oposição aos exageros do Barroco, o arcadismo possui uma forma de literatura mais simples, visto na expressão latina inutilia truncat (cortar o inútil). Os temas são situações cotidianas do ser humano, como o amor, a morte, o casamento, a solidão. Uma situação frequente na literatura árcade é um pastor abandonado pela amada, triste e queixoso. São chamadas de aurea mediocritas