Arbitrariedade e iconicidade.

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Não é novidade que vários estudiosos desde os tempos remotos se interessam pelo estudo da linguagem. Reflexões acerca das definições destes fenômenos das línguas ocorreram desde a época de Platão e se estendem até os dias de hoje. Podem-se citar, dentre as reflexões do filósofo grego, questões sobre a linguagem e sobre a relação dela com o mundo. Crátilo, Hermógenes e Sócrates foram um dos interlocutores que dialogaram acerca desta relação, discutindo a ligação existente entre nome, ideia e coisa. Crátilo defendia o conceito de iconicidade; Hermógenes, de arbitrariedade. Sócrates, por seu turno, integrava as duas concepções. “Para Crátilo, a língua é o espelho do mundo, o que significa que existe uma relação natural e, portanto, similar ou icônica entre os elementos da língua e os seres por eles representados. Para Hermógenes, a língua é arbitrária, isto é, convencional, pois entre o nome e as ideias ou as coisas designadas não há transparências ou similaridade. Sócrates, por sua vez, tem o papel de fazer a integração entre os dois pontos de vista” (WILSON & MARTELOTTA). O ponto de vista arbitrário defende a ideia de que não há nada no som da palavra que se assemelhe à coisa que ela nomeia, em contrapartida a iconicidade baseia-se na ideia de que o nome das coisas deve ser fundamentado a partir de sua estrutura, exemplificando melhor, esse ponto de vista designa uma relação de semelhança entre o signo (forma de expressão ou símbolo) e aquilo que ele representa. Com base nas ideias do filósofo Peirce, podemos observar como a semiótica (ciência dos signos) se porta diante desta oposição. Peirce apresenta várias definições de signos e estabelece uma classificação agrupando-os em três tricotomias, onde a segunda aborda os elementos chave estudados na linguagem: o símbolo, o índice e o ícone. O símbolo refere-se a um determinado objeto e designa uma relação entre dois elementos, o índice é o resultado de uma relação por associação ou referência, o ícone é o resultado da

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