Aquecimento global
O fenômeno é real e as consequências potencialmente desastrosas. Mesmo assim, ações práticas poderiam desacelerar e, no futuro, deter o processo.
O paradoxo da noção do aquecimento global causado pelo homem tornou-se bastante evidente para mim certa tarde de verão em 1976 na praia de Jones Beach, Long Island. Chegamos por volta do meio-dia, eu, minha esposa e meu filho, e logo encontramos um local perto da água para evitar a areia escaldante. Quando o sol se pôs, no final da tarde, uma forte brisa oceânica levantou ondas encarneiradas. Meu filho e eu sentimos frio enquanto corríamos ao longo da praia espumejante e olhávamos as ondas revoltas.
Naquele mesmo verão Andy Lacis e eu, ao lado de outros colegas do Goddard Institute of Space Studies, da Nasa, havíamos estimado o efeito dos gases de efeito estufa sobre o clima. Na época, era fato bem conhecido que os gases de efeito estufa produzidos pelo homem, especialmente o dióxido de carbono e clorofluorcarbonetos (CFCs) estavam se acumulando na atmosfera. Esses gases são uma "forçante" climática, uma perturbação imposta sobre o balanço de energia do planeta. Como um cobertor, eles absorvem radiação infravermelha (calor) que de outra forma escaparia da superfície da Terra e da atmosfera para o espaço.
Nosso grupo havia calculado que estes gases antropogênicos estavam aquecendo a superfície da Terra à razão de quase 2 W/m2 (dois watts por metro quadrado). Uma minúscula lâmpada de árvore de Natal dissipa cerca de 1 W na maior parte sob forma