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Hugo Chávez (1954-2013): O futuro da Venezuela sem o chavismo.
Líder carismático, político controverso e mito da esquerda, Hugo Chávez, ao morrer de câncer na região pélvica aos 58 anos, no dia 5 de março, encerrou na Venezuela um dos regimes mais personalistas e longevos da América Latina.
Foram 14 anos sucessivos no poder, nos quais Chávez acumulou declarações polêmicas, acusações de corromper os princípios democráticos e críticas de uso do dinheiro do petróleo venezuelano para cooptar a população carente e “comprar” aliados.
Na área social, o governo chavista seguiu uma tendência de investimentos que caracterizou toda a política latino-americana após o fim das ditaduras, em governos tanto de esquerda quanto de direita. A redução da pobreza e a erradicação do analfabetismo foram, nesta área, as maiores conquistas da era Chávez.
Com efeito, a Venezuela é hoje o país com menor taxa de desigualdade na região. Segundo a ONU, o índice de Gini no país é de 41,0 (esse indicador, criado pelo matemático italiano Corrado Gini, serve de parâmetro internacional para medir a desigualdade: quanto mais próximo de 100, maior ela é). Para efeito de comparação, o índice de Gini do Brasil é de 51,9.
Outro dado, fornecido pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, na sigla em espanhol), aponta que a porcentagem de pobreza na Venezuela passou de 49% em 1999 para 29% em 2010. Do mesmo modo, houve avanço na educação: o porcentual abaixo dos 5% coloca o país como uma zona livre do analfabetismo, segundo os padrões da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Nem todos os problemas sociais, porém, foram resolvidos. A criminalidade aumentou e é hoje uma das principais preocupações dos venezuelanos. De 2011 a 2012, a taxa de homicídios passou de 67 para 73 para cada grupo de 100 mil habitantes, de acordo com o Observatorio Venezolano de Violencia e o Departamento de Estado dos Estados