Aprovação automática
Profª Neuselize Palacio Marconi
Até a década de 1980 quando se pensava em alfabetização lembrávamos do ano escolar dedicado ao aprendizado da leitura e da escrita por meio do trabalho com um manual didático específicos as chamadas cartilhas, uma prática baseada em métodos analíticos ou sintéticos em uma organização escolar seriada. Em 1970 o Ensino Fundamental é expandido para oito anos e o estabelecimento da obrigatoriedade em todo território nacional da organização do currículo em séries anuais. Em décadas posteriores a organização escolar em séries se dava na preparação da criança para a sociedade por meio da “seleção das melhores”. Essa progressão ainda funciona hoje com uma perspectiva classificatória onde a culpa do fracasso da aprendizagem recai sobre a criança. A finalidade desse ensino era ensinar tudo a todos baseando-se na ideia que o conhecimento é compartilhado e distribuído em séries anuais, cabendo aos professores, verificar se os alunos dominavam o conteúdo através das avaliações e assim prosseguir. Os alunos que não dominavam o conhecimento ensinado eram obrigados a repetirem o ano até aprenderem. Assim o fracasso escolar era relacionado a falta de capacidade dos alunos em aprender a ler e escrever. O ensino da leitura e escrita através dos métodos tradicionais que garantiam que todos os alunos aprendessem de forma homogênea as correspondências grafofônicas ensinadas, o método via a língua como um código que deveria ser transmitido e memorizado. Na década de 80 com o crescimento do fracasso escolar surge o Ciclo Básico de Alfabetização eliminado a reprovação no final da antiga 1ª série do 1ª grau e ampliando o período de alfabetização para dois anos (1ª e 2ª séries do Ensino Fundamental) passando essa continuidade a ser vista como um processo de construção do conhecimento da alfabetização. As abordagens construtivistas passaram a nortear a teoria e a prática dos métodos de alfabetização, ao invés de um