Aprendizado Cultural
O debate sobre o conceito de aprendizagem organizacional foi apresentado por Prange (2001), que discute o sujeito da aprendizagem, ou seja, quem aprende Fleury e Fleury (2004) tentam equacionar esta questão argumentando que a aprendizagem pode ocorrer em vários níveis: do indivíduo, do grupo e da organização. Já Bastos et al. (2004) reavivam o debate afirmando que a questão do sujeito da aprendizagem talvez seja a principal tensão teórica da área. Os estudos sobre a aprendizagem individual, cuja origem está na psicologia, foram uma âncora para os estudos posteriores de aprendizagem organizacional (Shrivastava, 1983). Assim, um primeiro enfoque foi o behaviorista no período anterior aos anos 50 com os estudos de Skinner e Guthrie sobre o modelo estímulo-resposta. Já a aprendizagem no nível de grupo envolve a construção coletiva de novos conhecimentos e a interação com múltiplos sistemas e atores. Durante este processo, estes indivíduos compartilham informações, vivem experiências coletivas e devem refletir coletivamente sobre o significado destas experiências, produzindo novos conhecimentos passíveis de serem empregados em novas situações ou em novos desafios (Vasconcelos e Mascarenhas, 2007). A aprendizagem de grupo pode assim ser considerada como diferente de aprendizagens individuais combinadas (Lucas, 1999). Não é uma agregação de aprendizagens individuais (Cohen, 1991), mas requer alguns processos de partilha e interação. Na aprendizagem organizacional, como a ação de um grupo particular, a organização, o resultado também deve ser visto como maior do que a totalidade das aprendizagens individuais. Organizações desenvolvem memórias que retêm e recuperam informações, reconhecem Fleury e Fleury, 2004. Trata-se do resultado da cooperação e implica sinergia entre os resultados individuais. Sinergia, do grego, é composta de syn (junto) e de ergos (trabalho), e por isso é um valor agregado e não uma soma. Este é um