Apostila Imuno Doen As Auto Imunes
4644 palavras
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CAPÍTULO 15DOENÇAS AUTO-IMUNES
O sistema imune evoluiu no sentido de reconhecer estruturas presentes em bactérias, vírus, células tumorais e células transfundidas ou transplantadas. Os linfócitos T auxiliares são as principais células reguladoras da resposta imune, porque pela interação com as outras células, modula as suas funções. O reconhecimento efetuado pelos linfócitos T é de alto risco para o organismo porque o TCR reconhece estruturas próprias do MHC associadas com peptídeos oriundos das moléculas estranhas
(Capítulos 6 e 9).
A seleção tímica é um dos principais mecanismos que impede que células T auto-reativas circulem no organismo; no entanto, muitas células auto-reativas não morrem e tornam-se anérgicas, ou seja, não respondem para os antígenos (Capítulo 14). Estas células em determinadas circunstâncias
(infecção, desequilíbrio na produção de mediadores) podem perder a anergia e serem ativadas.
O organismo normalmente produz percentuais baixos (5%) de anticorpos que reconhecem estruturas próprias; por exemplo, anticorpos anti - citocinas parecem fazer parte de um mecanismo de controle destas moléculas. No entanto, a produção de anticorpos auto-reativos pode se tornar desequilibrada e levar a doenças de auto-agressão, as doenças auto-imunes (DAI).
Estas doenças podem ser limitadas a um determinado órgão, como no caso da Doença de
Graves, cujo órgão alvo é a tireóide ou pode ser sistêmica como no Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) em que vários órgãos (cérebro, pele, articulações, vasos e rins) podem ser afetados.
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FILOMENA M. P. BALESTIERI - IMUNOLOGIA BÁSICA E APLICADA
RELAÇÃO ENTRE AS DOENÇAS AUTO-IMUNES E O MHC
A importância que as moléculas do MHC têm na resposta imune levou os cientistas a tentar correlacionar a expressão destas moléculas e as doenças auto-imunes. A existência ou não desta correlação é dada pelo cálculo do Risco Relativo, que é realizado de acordo com a seguinte fórmula:
Risco Relativo =
p+ X cp- X c+
Onde:
! p+ = número